No
último domingo (19), 14 mulheres com idades entres 18 e 34 anos estavam
reunidas em uma casa no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo.
Durante pouco mais de duas horas, elas debateram ideias, dobraram folhetos
e combinaram os últimos detalhes do evento do próximo fim de semana:
a 3ª Marcha das Vadias, que acontece neste sábado (25), em São
Paulo, a partir das 12h, na praça dos Ciclistas - assim como em outras
cidades do Brasil.
Até
pouco tempo atrás, as reuniões eram feitas em lugares públicos divulgados por
redes sociais, mas por motivos de segurança, após o grupo sofrer ameaças, os
encontros ocorrem em locais "secretos", divulgados apenas às
mulheres que entram em contato com o grupo e pedem o endereço. Nos encontros,
em que só mulheres são aceitas, não há hierarquia e todas as ações são
decididas em conjunto.
E são nesses encontros que as
integrantes planejam a marcha e discutem sobre questões feministas. “A Marcha
das Vadias é um movimento político, mas apartidário”, define uma das
responsáveis do grupo que reivindica autonomia sobre o próprio corpo e a não
culpabilização da vítima pela violência sexual. Em São Paulo, o movimento
ocorreu pela primeira vez em 2011.Ano passado, a marcha contou com 2 mil
pessoas e assumiu a forma de um coletivo feminista.
O tema desta edição é
"Quebre o Silêncio" e o símbolo da campanha é um megafone. O coletivo
quer incentivar que as mulheres que sofrem violência sexual denunciem os
agressores. Durante o movimento serão distribuídos panfletos com informações
sobre a marcha e explicações sobre os diferentes tipos de violência que a
mulher pode sofrer e como a denúncia pode ser feita. Além disso, elas vão
entregar, somente para as mulheres, cartões com guia de endereços e telefones.
O grupo, que existe há um ano,
realiza reuniões quinzenais. Em entrevista ao iG , três integrantes do movimento,
Maiara Moreira, Lieli Loures e Samantha Dias comentaram um pouco mais sobre a
Marcha das Vadias e sobre a violência contra a mulher, tema da edição deste
ano.