Ao observar de perto a manifestação de segunda-feira
em São Miguel do Guamá verifiquei a ausência de cartazes, inclusive na pauta
entregue para o prefeito pelo comando da manifestação, cobrando das autoridades
a apuração dos desvios de recursos públicos de gestões passadas. Inclusive, o
ato, inibiria a ação dos que assumem um posto já com a intenção de roubar os
cofres públicos. Os olhos estavam apenas voltados para a atual administração
que, apesar de não ter dito pra que veio ainda, não se pode exigir muita coisa.
Hoje, as ações estão principalmente para a PEC 37 que inibe a ação do
Ministério Público no poder de investigação criminal exclusiva das polícias
federal e civil que foi derrubada ontem pela Câmara dos Deputados com 80% dos
votos. Até concordo na manutenção do Ministério público nas ações de
investigação, só que deveríamos dar mais poder para suas ações já que diversos
processos são questionados nos tribunais superiores sobre as competências
legais. Em minha opinião, para dar maior fortalecimento às ações deveria haver
a integração dos poderes (MP e Polícias) nas investigações de crimes de
improbidades cometidas por agentes públicos, o que se tornará crime hediondo se
aprovada proposta pelo Congresso. Outro perigo são as investigações feitas com
pressa e que causam prejuízos para a municipalidade e desgastes de pessoas que
não tem nada haver com o possível crime. Podemos citar como exemplo a ação do
Ministério Público local que fez busca e apreensão de documentos na prefeitura
municipal de São Miguel do Guamá, contribuindo para o desgaste da ex-prefeita
que perdeu as últimas eleições, o que originou a Ação Civil Pública, Processo 0001503-07.2012.814.0055, onde tinha como
requeridas oito pessoas da administração passada e uma empresa. Ao analisar a
petição inicial ajuizada pelo Ministério Público, a juíza Priscila Mamede
Mousinho, observou que vários fatos estavam postos em deslinde e determinou ao
Ministério Público que emendasse a inicial num prazo de 10 dias sob pena de
indeferimento na inicial. Consultando o sitio do TJE, a última movimentação do
processo foi em 29 de outubro de 2012, portanto, 19 dias após a manifestação da
juíza sem que a população saiba, até agora, o rumo desse processo e os muitos
que já passaram pela Justiça Municipal.
OPOSIÇÃO CALOU
Pessoas ligadas ao atual
governo que participaram das últimas investidas com o único propósito de
desgastar a ex-prefeita e sua equipe e trazer benefício para seu candidato, à
época, hoje, nem tocam no assunto por participarem das lambanças
administrativas ocorridas atualmente. Pelo jeito temem mexer no passado e
encontrar algo de errado no presente que poderia ser muito ruim para um governo
que ainda nem começou. Outros inclusive vereadores eleitos e reeleitos que
participaram das ações que culminaram no afastamento da gestora passada parecem
estar inertes ao acontecido e deixam o caso no esquecimento como já estivessem
com o “dever cumprido”. As manifestações vão continuar capitaneadas por uma
legião de jovens descompromissados com a política partidária e com o propósito
de um futuro melhor. Eu já ia esquecendo! Graças a Deus alguns bagunceiros de
um sindicato e de um grupo que faz apologia à guerra não participaram da
manifestação, fato que tornaria o ato pacífico em vandalismo.