É costume
das administrações dar prioridade no atendimento aos moradores da zona rural devido
ao pouco tempo disponível que possuem, principalmente, aqueles que dependem dos
ônibus que tem horário para retornar as comunidades. Em São Miguel do Guamá, como
eu já havia falado antes “a contra passo”, adota um tratamento diferenciado e
cheio de burocracia. Hoje, quando me dirigia ao prédio da câmara municipal fui
abordado pelo comunitário conhecido como Demétrio que me falou da dificuldade
em ter acesso ao prefeito municipal. Após percorrer 80 quilômetros de sua
comunidade Prainha até o centro de São Miguel para resolver um assunto de
interesse de todos daquela aprazível comunidade, se dirigiu até a recepção da
prefeitura e pediu para ser atendido pelo prefeito e disse ser da distante
localidade. Por incrível que pareça, sem antes mesmo de anunciar o comunitário,
a recepcionista disse ao sexagenário que “o prefeito só atenderia de posse de
um ofício com a reivindicação” e pediu que Demétrio se dirigisse até um cyber e
fizesse o documento. Percebendo tal exagero da funcionária os vereadores Pisca
e Jairo interviram e levaram o senhor até a presença do chefe de gabinete que
também dificultou o acesso.
Cansado
de esperar, Demétrio foi até o prédio da câmara e me relatou o acontecido, foi
quando eu solicitei ao vereador Jairo Brasil que o levasse até a presença do
secretário de infraestrutura doutor Barata que seria a pessoa ideal para
solucionar o problema daquela comunidade. De volta, o vereador me informou que
o cidadão foi muito bem atendido pelo secretário que prometeu resolver o
problema.
Demétrio
não é a primeira pessoa que reclama do atendimento no hall de entrada daquela
prefeitura. Para alguns o prefeito colocou pessoas que não tem conhecimento de
como funciona uma prefeitura e de que forma poderiam atender a população sem
ser preciso incomodar o alcaide. Outros dizem que é medo de levar certos
problemas ao prefeito com medo de levar um tremendo “carão”. Se for uma coisa
ou outra não importa, o certo é que se devem maiores respeito ao cidadão,
principalmente os moradores da zona rural, que são os que menos incomodam com
os exagerados pedidos e os que mais sofrem com a falta da presença do Estado.
PREFEITO DISSE QUE NÃO SABIA DO CASO
Passadas
algumas horas do acontecido, estávamos reunidos na frente da câmara Eu, Pedro Peres
e Carlos Costa quando percebemos a aproximação do prefeito Cacau que,
educadamente, nos cumprimentou e falou de algumas ações de seu governo. Nesse
momento aproveitei para indagar sobre o caso do senhor Demétrio que veio ao
centro da cidade para pedir que recuperasse o ramal da entrada da Prainha, nos
surpreendendo ao dizer que não sabia de nada e que ninguém o havia falado da
presença do Demétrio. O vereador se encarregou de narrar o acontecido. O
prefeito disse também que trocou a assessoria que estava atravancando os
trabalhos no executivo, mas, pelo jeito, ainda tem que trocar um bocado.
SALÁRIO DE DEZEMBRO
Aproveitei
o momento de descontração para perguntar ao prefeito sobre o salário de
dezembro das pessoas que atuavam no governo passado. Cacau disse que está
tomando todas as providências legais para o pagamento de dezembro, apesar de
não ter parecer favorável do Tribunal de Contas dos Municípios-TCM pelo motivo
da administração anterior não ter deixado em “restos a pagar” e de não ter
encontrado nenhum documento na prefeitura. Só quero informar ao prefeito que as
inúmeras pessoas que ficaram sem receber não podem pagar pela
irresponsabilidade do governo passado.